A emocionante decisão da 25.ª BP Ultimate 24 Horas TT Vila de Fronteira teve sotaque português, por entre uma equipa maioritariamente francesa. Manuel Aires, natural de Alfândega da Fé, mas emigrado em França há três décadas, liderou um quarteto onde também estavam ‘Mika’ Pisano, Jérémy Warnia e Jean-Luc Ceccaldi. A equipa luso-francesa ganhou a prova do ACP com um Fouquet-Nissan pilotado ao estilo ‘WRC’ nas últimas voltas...
Mário Andrade tornou-se uma das maiores figuras da história de 25 anos da BP Ultimate 24 Horas TT Vila de Fronteira ao mesmo tempo que representava com orgulho a diáspora portuguesa em França. Este ano, o topo do pódio teve outro emigrante português radicado em França há vários anos: Manuel Aires. Natural de Alfândega da Fé, no distrito de Bragança, Manuel Aires inscreveu o Fouquet-Nissan que partilhou com Mickaël Pisano, Jérémy Warnia e Jean-Luc Ceccaldi, conseguindo uma vitória emocionante, por escassos 2m37s após 1.440 minutos de competição.
Coube a ‘Mika’ Pisano o último turno de três horas de condução e o piloto francês, de 40 anos, com experiência nos ralis, ‘voou’ pelo Terródromo de Fronteira com derrapagens ao estilo do WRC, percebendo que a equipa de Laurent Poletti – vencedora em 2022 – estava a diminuir o andamento nas últimas voltas para tentar chegar ao final, pelo facto de ter pouco combustível no seu MMP.
Pisano ultrapassou Poletti na penúltima das 104 voltas da prova, fazendo Manuel Aires explodir de alegria no pitlane, depois de já ter ficado muito perto da vitórias nas últimas 24 Horas TT de França, onde terminou no 2.º lugar… a menos de dois minutos de outro Fouquet!
“O ‘Mika’ Pisano já tinha corrido connosco em Paris, fizemos segundo e foi mesmo no limite, como aqui! Não ganhámos por um pequeno problema”, recordou Manuel Aires, já na zona do pódio em Fronteira. “Este ano o principal problema aqui foi a chuva, que tornou a pista ainda mais dura e traiçoeira. Mas demos tudo, mesmo tudo… obrigado a ele”, afirmou o piloto transmontano, apontando para o céu.
Manuel Aires explicou depois a sua ligação a Fronteira: “Em 2019, um colega meu trouxe-me aqui a Fronteira para correr. Depois comprei o meu carro e neste momento estamos a construir um novo carro, com a equipa TRH, que espero poder trazer cá no próximo ano. Mas a minha paixão começou nessas 24 Horas de Fronteira há quatro anos. Fiz a prova três vezes com o meu carro, terminámos sempre mas nunca nestes lugares. É uma prova de resistência... O Laurent Fouquet tem uma equipa muito rodada, já ganhou várias vezes estas corridas, e decidimos associar-nos a eles para tentar ganhar em Fronteira.” E o primeiro triunfo de Manuel Aires em Portugal não poderia ter sido mais saboroso…