Há cerca de dez anos, caminhavam as bp Ultimate 24 Horas TT Vila de Fronteira para a idade adulta, um rapaz e um amigo decidiram que tinham de ir ver, com os seus próprios olhos, aquela que, já naquela época era a festa do todo-o-terreno nacional. O interesse pela modalidade sempre foi grande. Por esta prova em particular, ainda era maior. A partir da primeira visita ao Terródromo de Fronteira, José Martins nunca mais falhou. Sempre como espectador.
Lá no fundo, esta é a forma como acompanhar a disciplina sem competir, como é, aliás, o seu grande objetivo. A determinada altura, acompanhar a maratona de TT numa das icónicas zonas espetáculo já não era suficiente. “Há quatro anos, eu e um amigo, o Pedro Mingates, procurámos um carro barato, à venda na net, e, de preferência, mais leve. Encontrámos um Citröen AX. Fizemos uma preparação mínima em termos de motor, de suspensões, reforçámos o cofre do motor e comprámos seis pneus Fedima para terra. Colocámos um filtro de ar numa posição mais alta e fizemos outras alterações. O objetivo passava, a partir daí, por podermos ir às 24 horas, mas sempre o mais possível pelo ‘mato’, por caminhos de terra batida”, explicou José Martins.
Desde então, a tradicional maratona de TT recebe mais uma das muitas caravanas de apaixonados que, no final de novembro ou início de dezembro, vão em peregrinação rumo a esta espécie de santuário da modalidade na vila alentejana. “Vamos sempre com outros amigos que têm jipes e outros carros, também. Passamos por certos caminhos quase impossíveis e ribeiros”, sublinha.
Para José Martins e Pedro Mingates, as 24 horas de TT começam semanas antes do fim-de-semana da corrida, tal como para as equipas que ali competem. “Arranjamos o carro, metemos sempre coisas novas e melhores e testamos. Além disso, levamos peças suplentes, como transmissões e alternador, entre outras pequenas coisas que se possam estragar”, explica o adepto.
O grupo sai de Palmela num grupo que varia sempre entre quatro e dez viaturas, umas de TT, outras utilitários com muitos quilómetros de vida para contar, como o Citroën AX de José Martins e Pedro Mingates. A dupla faz o caminho na véspera e chega sempre já pela noite dentro, a tempo de estar no Terródromo quando a corrida começa, no sábado depois de almoço.
José Martins não esconde que este ritual é cumprido de forma quase religiosa com um objetivo maior: um dia correr nas bp Ultimate 24 Horas TT Vila de Fronteira. Para já, acumula a experiência das viagens para e da vila alentejana. A partir daqui, a equipa quer trabalhar para poder apresentar-se à partida, ao volante do fiel companheiro, o Citroën AX.