O desafio colocado pela Momsteel era claro: com a mentoria da conhecida piloto Lígia Albuquerque, cinco colaboradoras da empresa que nunca tivessem envergado um fato de competição iriam participar nas 24H TT Vila de Fronteira 2024 aos comandos de Can Am X3 1000 Turbo da classe Challenger. Esta é a história da maior aventura das suas vidas.
Beatriz Assunção, Paula Moura, Carolina Santos, Margarida Pereira e Bianca Silva, têm em comum o facto de trabalharem na Momsteel, de nunca terem vestido um fato de competição ou participado numa prova e de, ainda assim, terem feito equipa na última edição das bp ultimate 24H TT Vila de Fronteira 2024.
Mas como é que surgiu este desafio tão inusitado? Como nos explicou Lígia Albuquerque, Team Manager e madrinha deste projeto (como foi carinhosamente apelidada pela equipa feminina que liderou), “a Momsteel é uma empresa de Abrantes que já há alguns anos que participa nas 24H TT Vila de Fronteira. Desta vez decidiram, numa espécie de ação de team-building, desafiarem cinco colaboradores para, pela primeira vez nas suas vidas, vestirem o fato de competição e colocarem o capacete, para participarem na mítica prova de Fronteira”. E como é que foi feita a escolha ou a seleção das participantes? “As senhoras que estivessem interessadas inscreviam-se e passavam por uma espécie de triagem. Quem gostasse da experiência, tivesse algumas aptidões para este tipo de prova e estivesse disposta a enfrentar o desafio, era convocada”.
Filipe Marques, administrador da Momsteel e um conhecido apaixonado pela prova, explica que o objetivo era dar a algumas colaboradoras da empresa a possibilidade de, pela primeira vez, conduzirem um automóvel de competição, e logo numa prova com a dureza destas míticas 24H TT Vila de Fronteira. “Há quatro anos que participo, que participamos, nas 24H TT Vila de Fronteira com uma equipa de colaboradores da empresa. Desta vez, achei que seria engraçado (e inclusivo) dar a oportunidade às colaboradoras da empresa de conhecerem este universo da competição automóvel na primeira pessoa. Lancei o desafio internamente e tivemos 10 candidatas. Depois, na prova de seleção realizada na pista do Outeiro, algumas desistiram do lugar de piloto, mas quiseram participar em outras funções e ficámos com cinco finalistas”.
Para Lígia Albuquerque, a classificação final nunca foi um objetivo, mas a verdade é que os resultados acabaram por ser surpreendentes. “Nunca viemos para esta prova à procura de resultados. O objetivo era chegar ao fim, que elas experienciassem este ambiente e, acima de tudo, que se divertissem muito e em segurança. Mas a curva de evolução delas foi incrível e a equipa nº76 terminou num fantástico 33º lugar com o Can Am X3 praticamente intato. Posso dizer que sou uma madrinha muito orgulhosa...”.
As 24H de Fronteira na primeira pessoa
Mas, afinal, o que acharam as estreantes nestas andanças? Será que o receio e a pressão levaram a melhor sobre a diversão? Não, qualquer uma das cinco senhoras fez questão de sublinhar que esta foi uma experiência para a vida. Para Beatriz Assunção, “ainda bem que aceitei este desafio. Foram, sem dúvida, as 24H mais emocionantes da minha vida. São memórias que irei guardar para sempre”. Já Carolina Santos realça a diferença para o dia a dia no departamento de compras da empresa. “Estou muito feliz de ter aceitei este desafio. Foi duro, mas adoro o desporto automóvel e estou a amar esta experiência. Só espero ter oportunidade de voltar a repetir”.
Mas porque uma prova como estas não se faz sem o auxílio de uma grande equipa, Margarida Pereira destaca “o espírito de entreajuda incrível. Este sucesso não é só nosso, mas de toda uma estrutura que nos apoia. Dos mecânicos, á logística, passando pela nossa “madrinha”, a Lígia. Esta é uma experiência que nos faz crescer como pessoas e a dar ainda mais importância ao trabalho em equipa. Adorei!”
Bianca Silva é a mais exuberante das cinco e uma das mais entusiastas. “Esta experiência superou todas as expetativas. Quero agradecer à Momsteel por ter a coragem de promover estas iniciativas internas, à equipa toda e à Lígia Albuquerque. Só espero que, para o ano, possamos regressar e, dessa vez, será mesmo para vencer...”.
Com a responsabilidade de levar o Can Am X3 1000 Turbo até ao fim, Paula Moura foi recebida à chegaga, literalmente, de braços abertos. Ainda a recuperar da intensidade das últimas voltas e depois de ter subido da 35ª posição para a 33ª final, Paula não escondia a felicidade: “correu tudo tão bem. Foi mesmo espetacular e o carro portou-se na perfeição. Eu, neste momento, sou a face mais visível da equipa, mas o sucesso deve-se a todas nós. Quero agradecer do fundo do coração à Momsteel e à Lígia. Sem eles não teria conseguido viver as 24H mais intensas da minha vida. Estou tão feliz que nem sinto o cansaço. Logo é que vão ser elas...”.