Campeão nacional de T2 entre 2014 e 2016, César Sequeira competiu sempre com as suas filhas a seu lado. Tânia Sequeira foi a sua navegadora nos anos dos títulos enquanto a mais nova, Filipa, se estreou na modalidade nesta temporada.
As AFN 24 Horas TT Vila de Fronteira não são um restaurante chinês. Nem o número nove da Nissan Navara da equipa liderada por César Sequeira é o código para um prato num dos muitos estabelecimentos asiáticos que existem pelo país. Mas ao volante do carro ex-troféu vai estar uma verdadeira família feliz.
Pela primeira vez, o pai, César, vai partilhar a pilotagem nas AFN 24 Horas TT Vila de Fronteira com as suas duas filhas, Tânia e Filipa Sequeira. “Foi uma ideia que surgiu em 2012, quanto o nosso pai fez a prova pela primeira vez. Dissemos logo que mal eu tivesse carta que viria a família. Este ano proporcionou-se, mas como a nossa mãe não quis, viemos só os três”, explicou Filipa Sequeira que, mal fez os 18 anos, se habilitou para conduzir.
Pai e filhas vão, assim, fazer uma equipa diferente. No passado nunca competiram juntos, apesar do piloto contar com ambas para lhes ditarem as notas nas provas do campeonato nacional de TT. Fronteira vai ser um batismo de pilotagem para as duas. Nem em casa tiveram a oportunidade de testar o carro. “O nosso pai diz que esta prova tem muito tempo para aprendermos a conduzir”, explica, entre risos, Filipa Sequeira. A irmã confirma. “Nunca pegámos no carro. Vamos fazê-lo apenas nos treinos”.
Apenas César Sequeira tem, por isso, experiência, seja na grande maratona de resistência organizada pelo Automóvel Club de Portugal, seja nas provas de TT. O piloto conseguiu, na estreia em 2012, terminar como elemento da melhor equipa portuguesa em prova. Mas em 2017, o objectivo é só um: “Queremos terminar. Este carro é fiável. Sabemos que se não houver problemas, vai dar para rodar durante as 24 horas”, diz o piloto. Mas a filha mais nova acrescenta: “Não queremos arrancar nenhuma roda”, confessa em jeito de brincadeira.
Tranquilo, César Sequeira acredita no potencial das duas filhas. “Elas têm de estar à altura da responsabilidade”, exclama. Essa pressão pode criar algum nervosismo. Mas quando questionadas sobre qual está mais nervosa, Filipa não tem dúvidas. “É a nossa mãe. Não deve ser nada fácil estar nessa posição”, diz a piloto.