Se pensarmos na importância dos valores que uniram os primeiros carros pelas estradas irregulares e desafiantes, pensamos nos clássicos. No Renault Super 5, vemos a persistência de um modelo antigo novamente elevada para o futuro d(a) Fronteira. Revelamos os 5 segredos mais bem guardados, nas linhas exclusivas deste modelo nascido em 1985, e tão popular hoje, como na altura.
Quando perguntamos há quantos anos concorrem, começam a fazer contas de cabeça. “Chegámos em 2006, há 12 anos… e esta é a nossa 7ª participação.”, concluem com segurança. Com quase tanta como a que têm a falar do seu mágico Super 5. Destacamos que esta entrevista foi gravada ao som de AC/DC. Não queremos revelar já os truques todos, mas não podemos deixar de pensar que a música pode fazer parte desta equação de sucesso.
1. Persistência
Tudo começou, nas palavras do piloto João Martins, numa teimosia de 4 amigos. “Já vínhamos assistir às 24h e decidimos que também queríamos participar. Por isso, em 2006 comprámos um carro velho, e de um carro velho fizemos um carro de corridas.” Com o empenho e a dedicação deste bando dos quatro, estrearam-se em 2006, naquele que foi: “Um dos anos mais difíceis das 24 horas.” A surpresa? Conseguiram terminar. “Sim, apesar de não termos ficado muito bem classificados, conseguimos chegar ao fim. E a partir daí, foi sempre a somar vitórias e triunfos”. “Para ganhar é preciso terminar”, acrescenta João. “Numa prova de 24 é mesmo assim. Há muitos carros com muito boa preparação que ficam pelo caminho e só quem chega ao segundo dia de prova é que realmente pode dizer que ganhou alguma coisa.”
2. Resistência do carro (mas não só!)
Em 2016 fizeram 65 voltas, sem nenhum problema. Como explicam este triunfo? “Tem que se ter muito cuidado com a condução que se faz, neste tipo de carros. São carros resistentes, mas que exigem algum cuidado.”, começam por explicar. É tudo junto: “Desde a carolice dos 4 pilotos, à equipa de mecânicos, aos eletricistas, aos cozinheiros (sim que isso também conta muito!)”. Já sobre o treino físico, a conversa foi outra… Dizem que está à vista e quanto a nós, não queremos entregar o ouro ao bandido, mas parece-nos que nada aqui é deixado ao acaso.
3. Amizade
Juntam-se aos fins-de-semana, durante o ano, para preparar a prova. Embora confessem que acabam por se perder a pôr a conversa em dia. “Temos uma oficina onde fazemos a preparação do carro e onde todos participamos um bocadinho.” É algo que marcam religiosamente na agenda e “naqueles fins-de-semana mais críticos em que nos juntamos todos de volta do carro, geralmente acabamos por não fazer nada.” “Somos todos amigos e damo-nos muito bem e o segredo tem de estar também aí, ninguém se chatear e toda a gente se divertir.”, dizem entre risos. E a primeira coisa que fazem quando a prova termina? “Olhamos para o carro e dizemos: já terminaste mais um ano. Foi mais um ano que conseguimos chegar ao fim!”. Depois, lavam logo a chapa toda “para mostrar os autocolantes dos patrocinadores e amigos desta aventura.”
4. Inspiração
Não falta apoio e inspiração a este quarteto. “Costumamos queimar a buzina a cada volta que fazemos. A legião de fãs ao longo da pista leva-nos a levar a buzina pressionada constantemente ao longo da prova.”, explica João. “Geralmente são duas tês buzinas que queimamos em cada prova.”
5. Devoção
Pergunta para queijinho: E se ganhassem o Euro Milhões continuavam a investir neste carro (nem nos deixam terminar a pergunta), ou compravam outro? “Claro que ficávamos com este. Completamente.”, dizem imediatamente e em uníssono. “Alugávamos era 4 boxes! O carro continuava o mesmo, a estrutura é que mudava, mas os jantares para reparar o carro não.”