As verdadeiras paixões superam todas as adversidades e no caso de Sérgio Correia esta é, sem dúvida, uma filosofia que faz sentido. Muitos dos que acompanham esta prova não sabem, mas Sérgio passou em Fronteira por uma das maiores aventuras da sua vida, estando envolvido num dos raros acidentes que contou com membros do público entres os acidentados.
Em 2015, a convite de um grupo de amigos experientes por estas paragens, fazia a sua estreia nas 24 Horas de Fronteira quando uma saída de pista de uma viatura, seguida de atropelamento, o obrigou a ser transportado para o hospital. Mesmo tendo passado por momentos complicados, Sérgio não perdeu a paixão pela maior prova de resistência do TT Nacional e regressa, ano após ano, ao evento organizado pelo ACP Motorsport.
“Não há razão para não voltar. Era o meu primeiro ano e as coisas não correram como tinha previsto, mas não podia deixar de voltar. Os acidentes acontecem e agora já nem penso no que aconteceu. Estamos aqui, entre amigos, para nos divertir e aproveitar.”, começa por destacar Sérgio que foi transportado para o hospital, pelo helicóptero da organização, com uma fratura no femore.
Responsáveis por convidar este amigo para a prova, Filipe Oliveira e João Farinha foram das pessoas que mais de perto conviveram com a situação e são perentórios no que se trata de elogiar a organização. “Ninguém estava à espera do que aconteceu, mas a organização foi extremamente rápida a reagir. O Sérgio foi helitransportado e a outra colega nossa, a Ana Rita, seguiu de ambulância por se encontrar inconsciente. Só nestas alturas é que sentimos que está mesmo tudo preparado para o caso de algo correr mal”, explicou Filipe Oliveira. Já na perspetiva de João Farinha, que se encontrava a alguns metros do local e assistiu a tudo em primeira fila este foi uma imagem impressionante. “Estava na carrinha quando vejo em pista uma ultrapassagem mais ousada que acabou por terminar como terminou. Os meus amigos estavam na zona e quando me dirigia para o local estava à espera do pior. Foi tudo muito rápido e de repente começou a chegar imensa ajuda, tanto da organização, bombeiros, enfermeiros e médicos como de outros elementos do público e isso deixou-nos mais tranquilos, dentro das possibilidades”, explicou.
Depois do acidente, voltar a Fronteira esteve prestes a não acontecer, uma vez que o grupo ficou um pouco afetado com a situação. Porém, e por mais incrível que possa parecer, foi mesmo uma das pessoas que acabou transportada para o hospital a forçar o regresso. “O grupo ficou um pouco abalado com o que aconteceu e ponderámos seriamente em não regressar em 2016. Mas a Ana, ainda no hospital, já mostrava vontade de regressar. Acabámos por lhe fazer a vontade e tudo correu pelo melhor. Este ano estamos cá novamente e tenho a certeza que não será o último“, disse-nos João Farinha.
Percebe-se, portanto, que o grupo mantém a confiança na estrutura organizativa da prova e continuará, no futuro, a marcar presença naquela que é a prova mais dura do Todo-o-Terreno Nacional.