Não respondem pelos nomes de Athos, Portos e Aramis mas também são mosqueteiros. Em conjunto, Carlos Mendes e Hélder Oliveira, Filipe Serra, Marco Moreiras e Rui Cabeda vão pilotar, na edição deste ano da BP Ultimate 24 Horas TT Vila de Fronteira, a Nissan Navara com o número 20. Dos três, Filipe Serra já tem oito participações na grande festa do todo-o-terreno. Marco Moreiras regressa depois de uma primeira experiência e Rui Cabeda faz a estreia absoluta ao volante em competição.
Estes três elementos estão muito envolvidos na competição automóvel. Não porque sejam pilotos, mas porque são mecânicos. Em vez de desembainharem espadas como os personagens criados por Alexandre Dumas, empunham ferramentas para repararem e manterem os carros de corrida. Nas BP Ultimate 24 Horas TT Vila de Fronteira, Cabeda, Moreiras e Serra estão mais concentrados na pilotagem, mas sabem que é muito provável que tenham de fazer algum trabalho de mecânica.
“Viemos para nos divertirmos e estarmos no convívio com toda a malta”, esclarece Marco Moreiras. O chefe de carro do Toyota Yaris com que Ott Tanak se sagrou campeão do mundo de ralis, enaltece o “ambiente de festa” que se vive “na mítica Fronteira, uma prova muito importante do todo-o-terreno nacional”.
O projecto desportivo da box 20 na edição deste ano das BP Ultimate 24 Horas TT Vila de Fronteira nasceu no Vodafone Rally de Portugal. “Foi numa conversa que tivemos num jantar durante o Rally de Portugal. Foi aí que decidimos fazer as 24 Horas”, explica Marco Moreiras. Para Rui Cabeda, que se estreia nestas andanças da pilotagem depois de um ano no Mundial de Turismo com a Volkswagen, a participação num rali sempre lhe pareceu o mais lógico. Afinal, foi nessa modalidade em que se tornou um mecânico de competição automóvel. “Mas eu sempre quis correr pela primeira vez entre amigos. Quando surgiu esta possibilidade, achei que era ouro sobre azul”, conta.
De Maio a Novembro, a equipa foi constituída e o carro foi preparado. Os pilotos de fim-de-semana dedicaram algum do seu tempo livre para que a Nissan Navara estivesse pronta. Com uma carreira no todo-o-terreno, seja como mecânico, seja como co-piloto (foi campeão nacional em 2016), Filipe Serra destaca “a tranquilidade” que reina na formação. “Sabemos que se acontecer alguma coisa ao carro, à partida conseguimos regressar às boxes”, diz em jeito de brincadeira. E termina: “O bom de ser tudo malta amiga é protegermo-nos uns aos outros. Se correr mal ou bem, é para todos. O que as 24 Horas têm de bonito é precisamente esse espírito.”