Ao volante de um Can-Am Maverick XRC, Luís Cidade foi o grande vencedor da edição de 2019 das 4 Horas SSV Vila de Fronteira. O piloto do SSV com o número 215 foi a estrela-maior de uma competição que se realizou pela oitava vez e serviu de preâmbulo para as BP Ultimate 24 Horas TT Vila de Fronteira. Vítor Santos foi o segundo classificado, enquanto António Félix da Costa, Tiago Monteiro e João Teixeira trocaram as pistas de asfalto pelo Terródromo e terminaram no último lugar do pódio.
Com 23 voltas cumpridas ao Terródromo da vila alentejana, Luís Cidade subiu ao lugar mais alto do pódio. Mas o protagonismo assumido pelo piloto do Can-Am Maverick foi evidente desde a primeira entrada para a pista de TT, no dia anterior. Nos treinos cronometrados, Cidade foi o mais rápido e assegurou a “pole-position”. Na corrida, apesar de ter saído do primeiro posto da grelha de partida, acabou por ceder a liderança. Pedro Carvalho, em Can-Am X3, andou na frente, mas não conseguiu aguentar-se nessa posição. O piloto sofreu um despiste, arrancou uma roda ao seu SSV e foi forçado a abandonar.
Com a queda de Carvalho, João Monteiro, vencedor em 2018, subiu ao primeiro posto. Mas o campeão nacional do ano passado também não teve argumentos para se manter na frente e repetir o triunfo da última edição. Cidade estava muito forte e Monteiro cedeu-lhe o comando da corrida. A partir daí, o piloto do Can-Am Maverick XRC esteve sempre à frente dos rivais e geriu o andamento nas derradeiras duas horas de prova para conquistar a primeira vitória em Fronteira.
“Estas quatro horas foram, realmente, muito duras. Os carros sofreram muito porque o terreno já estava bastante partido. Tentei gerir a corrida até ao fim. Sabia, mais ou menos, onde estavam os meus adversários e tenho de agradecer à minha equipa, a Can-Am Offroad e à Maxishocks porque as suspensões estavam muito boas. O balanço é muito positivo. A partida correu-me mal porque perdi três ou quatro posições mas consegui ir atrás do prejuízo e ganhei. Foi a terceira participação. Na primeira fiquei no terceiro lugar. No ano passado desisti e como à terceira é de vez, agora ganhei”, exclamou Luís Cidade no final.
Se Cidade andou sempre na frente, Vítor Santos, que acabou em segundo, teve uma corrida muito diferente. O piloto da Racing Factory não foi além do quinto melhor tempo na sessão de treinos cronometrados e sabia que era necessário ir à procura do prejuízo durante as quatro horas da corrida. Problemas com uma correia do seu SSV fizeram-no perder bastante tempo ainda na primeira hora. “Tive de ir à box para reparar o carro”, conta. Atrasado, empreendeu uma recuperação que o levou quase ao topo da classificação. “Andei sempre a atacar. Sem informação nenhuma, já não quis poupar e, sem saber, acabei em segundo”, explicou.
Habituados às pistas de velocidade, António Félix da Costa e Tiago Monteiro juntaram-se, pela primeira vez, em Fronteira para fazerem equipa e competirem no todo-o-terreno. Para o portuense, uma participação em Fronteira já não era novidade. Já Félix da Costa, habituado à corridas da Fórmula E ou a provas de resistência em circuitos de asfalto, fazia a estreia absoluta. Juntamente com João Teixeira, fizeram uma prova impressionante. Saíram da 27ª posição na grelha de partida e, ainda assim, conseguiram fechar no pódio. Ao longo de 4 horas, subir 24 lugares.
“Conseguimos um óptimo resultado. Superou as expectativas. Qualificámos em 27º depois de darmos três voltas, cada um, ao circuito que não conhecíamos. Levámos uma tareia e fomos para casa a coçar as cabeças. Fizemos alguma trabalho de casa, vimos uns vídeos e hoje entrámos no circuito com outra confiança”, contou António Félix da Costa.
O vencedor do ano passado, João Monteiro, não foi além do quinto posto, enquanto o campeão nacional de SSV, Pedro Santinho Mendes, concluiu no 21º lugar. Bruno Martins, fiel ao seu Rage Comet R, foi o melhor da categoria C3 e conseguiu, ainda, o sétimo posto absoluta. Já José e Pedro Manescas ganharam entre os C2 e concluíram no 10º da geral.