Para os mais de 30.000 visitantes que regularmente marcam presença na BP Ultimate 24 Horas TT Vila de Fronteira é chegar, disfrutar e regressar a casa. É entrar no recinto, eleger o lugar preferido para ver passar “os maquinões”, comer um bom prego ou porco no espeto, comprar uma recordação, tirar muitas fotografias, ver os balões de ar quente encher os céus, acampar junto à pista entre sobreiros e fogueiras improvisadas num convívio impar, e uma e outra vez, num “loop” constante, ficar “surdo” com roncar dos motores de mais de oitenta monstros largados no terródromo.
Este é o ritual que une quem vem ver a quem corre e que, por vezes, se prolonga durante os três dias e duas noites da prova. Motiva-os a paixão pelo todo-o-terreno, convívio, amizade e, claro está, a possibilidade de depois dizer “fui a Fronteira, para o ano tens que vir!”
Mas para que isso lhes seja possível há toda uma outra paixão… que em alguns casos tem mais de 20 anos.
Estender 5 km de fita limitadora e outros tantos de rede de proteção, colocar estrategicamente mais de 200 fardos de palha nas curvas perigosas, controlar o caudal de água nas ribeiras, posicionar mais de 300 bandeiras e tarjas publicitárias, gruas, reboques, definir as zonas de refeição e diversão, garantir ligações de internet, pontos de água para as equipas nas boxes, montar tendas e wc´s portáteis… A lista é interminável e nunca está acabada pois há sempre mais uma placa sinalizadora para colocar ou algo para reparar depois de uma noite de intempérie…
Tudo isto em 6 dias – “é paixão!”. Quem o diz é Diogo Nunes, um dos responsáveis de logística da organização da BP Ultimate 24 Horas TT Vila de Fronteira e, acrescenta, “a edição de 2020 vai começar a ser preparada assim que esta acabar! Começa logo com a forma como iremos desmontar, arrumar e armazenar todos os materiais que reutilizamos ano após ano.”
À pergunta “qual é a tarefa mais difícil de executar?”… Diogo responde sem hesitação: “Aqueles 15km ali fora! Desde o momento do reconhecimento até à limpeza final e reconstrução de alguns caminhos privados por onde a prova passa. É a primeira coisa que tratamos e só acaba quando tudo o resto já está feito.”
E se poder dizer “fui a Fronteira, para o ano tens que vir!”, define uma paixão que junta 30.000 visitantes durante 3 dias em Fronteira, então essa mesma paixão move a equipa de 30 homens e mulheres que todos os anos as tornam possíveis, mesmo que para isso seja preciso cantar os Parabéns a qualquer um deles com um pequeno pastel de nata e uma vela em cima de um capot numa qualquer curva do circuito de Fronteira.